terça-feira, 28 de julho de 2009

Caro Presidente Cavaco Silva,

Não sou adepto das teorias que vêem nos nossos traços fisionómicos um reflexo da nossa personalidade. Acredito, no entanto, que existem certas características nossas que o fazem. Acredito que a forma como nos engasgamos a falar, diz muito sobre a nossa honestidade. Acredito que a forma como evitamos olhar os nossos interlocutores nos olhos, diz muito sobre a nossa competência. Acredito que a forma como comemos bolo rei, diz muito sobre a nossa formação,... Avalio a personalidade de pessoas que só conheço superficialmente através destas características e percebo que não me interessa relacionar com elas. Percebo que, embora seguindo um método cauteloso e "low profile", são pessoas que não olham a meios para atingir os seus fins. Pessoas que não são de confiança.

Sem mais assunto,

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cara Ministra da Saúde,

Sabe qual o comentário que me ocorre face à notícia que refere que os institutos angaradores de sangue recusam as doações dos homossexuais? "Mais sobra!" Parece-me um pouco limitado da parte da senhora não perceber que a ofensa não está só na evidente discriminação que esta medida acarreta mas também no pressuposto que os homossexuais querem ser dadores de má fé. Ou que são ignorantes! Já agora, pergunto-lhe, senhora ministra, o que diz a estatística sobre heterossexuais que frequentam prostitutas e/ou têm amantes e que o assumem perante os serviços que angariam sangue. Estranho que uma senhora com a sua idade e percurso não saiba que, enquanto a homossexualidade tem vindo a ser socialmente aceite, as relações extraconjugais e/ou frequência de prostíbulos continuam a ser assuntos clandestinos, logo, mais facilmente omissos. A hipocrisia com que a senhora nos brinda ao lançar esta medida leva-me a devolver-lhe os pressupostos que atrás referi: a senhora agiu por ignorância ou má fé? Uma última tirada filosófica que lhe deixo e de borla: os preservativos não discriminam mas as consciências sim.

Passe bem,

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Caro CEO da PT Pro,

Quanto à "informação orientadora de vestuário profissional" que o senhor assinou e fez circular pelos seus trabalhadores, permita-me que expresse a minha opinião: é uma medida retrógrada e impossível de cumprir. Um bom profissional não se mede pelo tamanho das suas saias. E, acredite, o bom senso faz parte do profissionalismo, pelo que a sua preocupação me parece descabida. É um traço de saudável auto-confiança o facto de um indíviduo se afirmar como tal. A - passe a expressão - "carneirada" cinzenta e deprimente que ainda povoa os segmentos de negócios ditos mais tradicionais, é que deveria estar estar nas suas prioridades enquanto "alvo a abater". Acredite que uma empresa com gente feliz e autoconfiante é o melhor cartão de visita que pode ter.

Cumprimentos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Caro João César das Neves,

Vivemos num estado laico. A religião não tem que se misturar com o estado, nem tem que assumir que a legislação se faz a seu favor ou contra si. É um perfeito disparate. Os católicos, e pessoas de outros credos, podem viver sobre as regras das suas religiões, desde que essas regras não "importunem" o estado de direito em que vivemos. Já um cidadão ateu não tem que andar a reboque do pensamento religioso. Era o que mais me faltava. Já bem me basta o IRS. Há que estar receptivo a outras mudanças. Deixe-se de moralismos bacocos.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cara Manuela Ferreira Leite,

Recordo-lhe que já foi Ministra da Educação e muito contestada na altura. O aproveitamento político que está a fazer deste dossier difícil (Educação) mostra bem o seu carácter de líder partidária. E a forma como geriu a sua relação política com Pedro Santana Lopes, no meu entender, foi pouco escrupulosa. A sua atitude de líder conservadora e até retrógrada não farão de Portugal um país mais justo e livre. Não a vejo a fazer críticas construtivas mas sim preocupada em atacar por atacar. Enfim, é a minha opinião, mas respeito todas as outras desde que fundamentadas.

Até breve...